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Mostrando postagens de novembro, 2004

Violênciofobia

Por favor, colegas mestrandos ou mestres. Quem pode me dizer como é possível pensar mais ou menos três anos meio no mesmo assunto e não enlouquecer? Eu quase que não agüento mais pensar na minha dissertação...bem agora que eu tenho que terminá-la. Enquanto isso, quero todas as coisas do mundo.Queria escrever sobre tudo, menos isso. As revoltas mineiras na Bolívia, a emancipação das mulheres, o mst, a amizade, os zapatistas, as coisas que eu vejo na rua, um romance tipo Júlia ou Bianca, uma história pornográfica, a história da minha avó. E o pior que quando eu defender tenho certeza que não vou escrever nada disso. Por que daí eu vou ter tempo demais pra pensar... Eu ando com tanta vontade de escrever sobre coisas (menos “aquilo”), que eu ando na rua reparando nas coisas mais surreais, conversando com tudo mundo, entrevistando árvores e prédios, pirando nas crianças. Acho que estou numa crise de hipersensibilidade...me emociono até com a Avenida São João. E não que eu estej

Bala de Coco

Se há um doce que eu ame mais que brigadeiro em festa de criança é a bala de coco. Bala de coco é sublime, derrete na boca. Vem embaladinha uma a uma num papelzinho com aquela franjinha...que dá pra gente brincar depois. E o melhor, dá pra levar pra casa e por na geladeira...e ela fica mais gostosa ainda. Quem já viu fazer bala de coco? é um processo complicadíssimo. Quando eu era criança minha vizinha fez e eu cheguei na casa dela bem na hora em que ela e outra vizinha estavam a uns dois metros de distância uma da outra, puxando a bala. É uma cena maravilhosa...aquele caramelo meio transparente vai ficando branco...e o troço é tão quente que as mulheres passavam manteiga na mão e mesmo assim ficavam vermelhas e doídas. E quem já comeu bala de coco neste estado? Ainda mole? Puts, é a melhor coisa do mundo... Tudo isso é porque eu comi bala de coco agora, depois do almoço.

Superstição!

Hoje, chegando do almoço, olhei o relógio. Meio dia em ponto. Inevitavelmente pensei: ele gosta de mim! Quem? Este resquício de infância me fez lembrar de tudo o que eu acredito. 1. Não deixo sapato virado pra baixo 2. Tenho anústia de quebrar espelho 3. Não gosto que varram meu pé 4. Eu rezo quando tenho pesadelos 5. Não gosto de falar "azar" e sim "má sorte". Meu avó ensinou... 6. Isolo três vezes na madeira qualquer pensamento ruim 7. Eu não acredito no "pensamento positivo", mas tenho medo do negativo... 8. Dá arrepio cruzar um gato preto 9. Por via, não passo em baixo das escadas 10. Não uso roupa do avesso, atrasa a vida 11. Orelha direita ardendo: alguém falando bem de mim 12. Orelha esquerda: falando mal 13. Fecho da correntinha do lado direito: um loiro pensando em você 14. Fecho do lado esquerdo: um moreno (ou vice-versa) 15. Não falar a palavra "maldito" ou derivados 16. Não presta matar louva-deus 17. Eu real

Crianças, amor!

Gente, nasceu o chinês loiro mais lindinho de Campinas. Nasceu o Matheus...mais um menino! Filhotinho do China e da Fê Ele é amassadinho, mas tem os olhos bem bem compridinhos. Um xuxu! XoX Tinha um monte de coisa engraçada que eu queria contar nesse blog. Mas como sempre a memória das noitadas não é muito nítida, e para eu não parecer a louca que sou, resolvi não passar a balada anotando o que eu pensei ou o que me contaram para eu poder me lembrar depois. Apesar que esse hábito já me garantiu boas histórias, ou boas piadas. No final da República Las Chicas Tienen Fuego, estávamos todas nós há meses reunidas em torno da mesa redonda, fumando e conversando coisas. A Chica comendo o pé da mesa ou no sofá preto. E a Denise rodando pela cozinha. De repente, ela solta: Cadê aquele filha da puta daquele puxa-saco! Bem, cagamos todas de rir, e eu anotei esse desabafo emocionado no caderninho. E ficou pra posteridade porque tenho certeza que, naquele estado, ninguém ia se lemb

Rua da Palmeira

Não sei se estou bebendo mais ou se estou ficando velha mesmo... Ontem o mundo começou a girar, girar...fui beber água de coco. Santo Remédio! As vezes também me acho meio louca...das coisas que ando reparando nessa cidade. Aqui perto tem criança jogando bola no meio da rua, no centro de são paulo. Outro dia vi uma velhinha bem pequena, usando casaco vermelho, cachecol...bermuda xadrez com meinha soquete e galocha azul. Uma fofa! Como eu reparo nas velhinhas...Saudade. Outro dia vi um casal deles, aqui no centro tem muitos, meio abandonados...dignamente cuidando de si mesmos quando já não dá mais. O casal caminhava a passos lentos, de braço dado. Ele, terno risca de giz, cabelo com gumex. Ela, saia longa, xale e uma roda de blush vermelho das bochechas. Andavam tão devagar, no ritmo dos bondes, que é o ritmo dessa gente que carrega a São Paulo antiga na memória. Nem ligavam pros atropelos, pro congestionamento causado na calçada, pras caras feias e empurrões. Ali na Rua

Em Buenos Aires I

Não importa a temperatura do dia, que nesta cidade pode oscilar do abaixo de zero aos quarenta graus, todas as quintas-feiras, há exatos 27 anos, um grupo de mães que agora seriam avós se tivessem tido chance, vão a Plaza de Mayo reclamar seus filhos. Na cabeça levam lenços brancos que na verdade não são simplesmente lenços, são as fraldas de seus filhos mortos pela ditadura. São mulheres que inverteram bastante a ordem das coisas, enterraram (ou sonham enterrar) seus filhos, herdaram os ideais de luta dos jovens e mais ainda, saíram de casa com medo e dor para enfrentar cães, metralhadoras, policiais, militares, esquecimento. Elas contam que conseguiam espantar os policiais quando começavam a rezar a Ave Maria com toda força e que eles tinham tanto medo de Deus que deviam se lembrar que bater em mulher os poderia levar para o inferno. Eles mal sabiam que em meio a essas rezas, no canto monótono das vozes, elas combinavam entre elas e com o próprio Deus o próximo lugar de encontro

Sobre as avós

Escrevi esta historinha bem antes de minha avó morrer, num surto de amor... As mãos de minha avó Como toda mão de quase todas as avós, as da minha era cheia de pintinhas. Daquelas manchas da velhice que não falham e, mesmo se na palma lhes faltarem os calos da lida, no dorso não faltaram aqueles do passar dos anos. O que havia de diferente nas mãos de minha avó era imperceptível. Para mim mesma, sua companhia constante durante anos, eram mais indutivos do que visíveis. Eram milhares de furos, que se abriam e cicatrizavam em uma mesma rotina há 68 anos de prática de costureira. Costureira não, modista! – ela costuma dizer. As agulhas e alfinetes nunca a perdoaram, assim como a vida. Com suas mãos, que nunca se habituaram a ficar paradas, minha avó construía alguns sonhos. Em seus oito anos a mãe duvidou dela, que ela não poderia costurar um vestido. E comprou-lhe uma chita feia pra não desperdiçar dinheiro. E o vestido ficou pronto, assim como o seu caminho. Ajudava as tias

Luto...

Hoje acordei com a notícia da morte do Arafat. Que triste... Que vontade de pendurar uma bandeira da Palestina na minha sacada. XoX Aqui em Sampa está uma epidemia de suicídio de árvores. Já caíram umas três, em avenidas conhecidas. Uma mais revoltada se matou e levou um motoqueiro junto...se a gente entendesse o que ela fala, daria pra ter escutado o grito na hora da queda: - Liberdaaaaaade!!!

Bom dia!

Seguindo a sugestão de minha amiga Cris, começo hoje o meu Blog. Mais um jeito de gastar um tempo na Internet (depois conto por que). Detestei o orkut e agora quero outro passatempo... Motivos porque eu detestei o orkut 1. Tem pessoas que você não quer econtrar 2. Tem pessoas que você não quer que te encontre 3. Tem cara de arquivo policial internacional da CIA 4. é difícil de sair... (Como eu faço?) Bem, este é meu primeiro contato. Vamos ver quanto de paciência eu tenho pra partilhar meu cérebro (por escrito) todos os dias com vocês. Estão tá!