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Mostrando postagens de 2005

Rumo a caderininhos 2006

Os projetos em longo prazo que disse outro dia podiam ser, por exemplo, conseguir fazer da vida um texto. * Enquanto isso, fico na vida por itens, sem apresentação, desenvolvimento, conclusão, alguma narração e quase nenhuma carta. * Pouca poesia, a não ser aquela que já vem pronta nos livros ou na rua, que nem aquele homem que vi há pouco, carregando desajeitado e solene um ramo de rosas brancas e vermelhas embrulhadas em plástico, atravessando a rua murmurando sozinho, provavelmente as palavras que diria ao entregar o presente. * Também vejo na rua por aqui crianças andando de bicicleta junto com os carros, jogando futebol aos domingos, ou um velho andando bem pra lá do meio fio, com os passos calmos do interior (dele mesmo). Eu vejo pouco medo de carros em alguns. * Comecei hoje meu caderno do ano que vem. O ano começou hoje, sem festa. Com cerveja sozinha com este amigo computador de tantas horas. * Foi hoje que larguei meu emprego em busca de uma vida nova. Como diz o filme que c
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Homenagem à minha 'essência mineral'

que hoje faz aniversário.... “Segundo ele, o corpo era feito de tempo. Acabado o tempo que nos é devido, termina também o corpo. Depois de tudo, sobra o quê? Os ossos. O não-tempo, nossa mineral essência. Se de alguma coisa temos que tratar bem é do esqueleto, nossa tímida e oculta eternidade” do Mia Couto

Promessas de Ano Novo

Apesar do ano novo ser a data mais importante pra mim, somente depois dos meus primeiro e segundo aniversários, eu nunca fiz promessas de ano novo, nunca. E nem senti vontade de fazer porque acabo prometendo promessas todo domingo, ou toda sexta-feira, algumas eu cumpro, outras eu esqueço, nada por escrito, e sem testemunhas. Este ano escreverei uma carta, em duas vias. Uma para Iemanjá, a ser depositada no mar em seu devido momento. A outra será guardada e lida só no próximo momento de fazer promessas. Vamos ver se assim consigo dar conta de alguma delas, talvez a mais importante: realizar planos em longo prazo.

Conversando com o rádio nº278

Não quero mais me desmentir Eu não vou mais te procurar (clique na primeira musiquinha, dos mombojos)

A resistência tombou (ou temporariamente fora do ar)

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Já é sabido que para alguns este órgão aí abaixo funciona como uma esponja em momentos de crise. Sim, tenho amigdalite toda vez que meu desânimo entra em estado crítico. Dizem os especialistas que as amigdalas (apontadas no desenho aí em cima) são a porta de entrada (fechada ou aberta) para as infecções. “As amígdalas seriam uma primeira barreira de nosso organismo contra agressões do sistema ambiente.” (especialistas) Por falta de uma tive duas amigalites na seqüência, a primeira mal curada porque os antibichóticos são droguinhas para a maioria das bactérias mutantes de hoje. A segunda, curada com injeções. Que bom que eu perdi o medo de agulhas faz tempo. As “agressões do sistema ambiente” provavelmente referem-se ao fato de que ainda não consegui decidir os próximos passos para um futuro que é quase amanhã. Bem como não consegui decidir um passado quase ontem que entalou na minha aorta. É mentira, estou decidida a não. Mas, enquanto o futuro não chega, as vezes as manhãs e as tardes

sem-título

Se eu tivesse um filho, estaria pensando no que fazer do natal da criança. A primeira questão diz respeito a figura do Papai Noel, porque sim é bom ter fantasias, cultivar a imaginação e o mágico. Mas existem tantas outras fantasias mais legais, especialmente aquelas ligadas a outras formas de ver o mundo e não ligadas ao consumo. Da mesma forma o natal em família é uma ocasião difícil de romper. Já sugeri outras formas de festas que não incluíssem esta pretensa comemoração do nascimento de um menino há dois mil anos atrás...que apesar da família católica, pouco ou nada tem a ver comigo e minha vida. Além do mais as comidas de Natal, que nada tem a ver com nossas comidas do dia-a-dia e são quase todas importadas... Já tentei, mas é difícil entre os meus uma comemoração de natal regada a vatapá, numa praia, sem presentes (nem pras crianças) e pensando em outras coisas que não sejam nossos mortos que não estão presentes naquele momento. É claro, pode ser toda a família junta, que até que

Dos que vieram antes de mim!

Faz tempão que eu tenho um avô que não conheço. Aliás, conheci pequena, mas logo meus avós se divorciaram (mesmo, nos anos 70, devem ter sido os pioneiros, de papel e tudo), brigaram e minha avó tomou posse da família. Ele, por seu lado, criou outra. Há dez anos atrás o vi, beijei e abracei no enterro do meu pai, situação muito triste para conhecer um avô já velho. Mas está fazendo um mês que estou sentindo muita necessidade de conhece-lo. Diz a lenda que era um avô bonachão, boêmio, bom-coração, poeta, jogador de futebol corintiano roxo das antigas várzeas do Tietê (tem foto disso, lindo!). Era também um homem lindo, de olhos verdes rasgados, moreno índio, espírito de italiano. Daí neste final de semana recebi um telefonema de uma tia avisando: o homem está fazendo 80 anos. Parece que com alguns problemas de saúde, circulação, varizes, risco de amputação. Também, fuma até hoje. Mas está vivíssimo e bem. Que alívio: é muito bom se encontrar naqueles seus que vieram antes de você. Resol

Um ano de lume vagante, com atraso

Estou trabalhando neste sábado, amanhã e nos próximos finais de semana. Planos de descanso, só no futuro em com cinco estrelas...depois eu conto. O pior é vir de ressaca trabalhar, tendo dormido cinco horinhas na cama de um moço de cheiro muito bom. O cheiro até veio comigo! Descobri hoje que esse blog fez aniversário e eu nem liguei. Aproveitando o tempo infindável na Internet resolvi reler tudo o que escrevi. Que incrível ter registrado um ano de vida! Aconteceram muitas coisas, mas nem tantas assim que me fizessem me sentir diferente de hoje. Há um ano atrás eu estava me sentindo meio parecida com hoje...a não ser pelo pé que estava ruim e agora está bom.

Alguma coisa sobre os nós

No meio da mesa branca a mandala colorida, traçada com os pontos cardeais mais longínquos, aqueles que ninguém sabe bem o nome mas que todo mundo já esteve algum dia. Na mandala, conchinhas que caem com as bocas dentadas pra cima e dizem, praquele pai, onde você mora, está, sente, fica, sofre e quer. A sala branca desenhada tem cheiro doce, de perfume antigo, luz de vela colorida, ofertas mil de gente que busca aquela muitacoisa que nos falta. Um pouco pra todo mundo, sempre. Alguns mais outros menos, sempre também. Eu não estou querendo nada, pai! Assim, digo, nada que seja uma coisa só. Tento entender esta linhagem antiga que me fez ir ali, tento desfazer os nós da longa corda que carrego, corda carregada de pessoas mais velhas do que eu, talvez gente que eu nunca tenha conhecido. Estranha as heranças que não sabemos ter, mas que são tão vivas quanto a cor da pele depois de um furinho. Vaza então esta cor e todas as coisas que trago nem sei de onde. Hoje está sentado na minha cabeça

Sobre o clássico buteco

Um dia um amigo pensou no emprego dos sonhos...rodar o Brasil mapeando os butecos mais butecos do país, e fazer um guia para aficionados como muita gente que eu conheço. Pra começar boteco não tem nada a ver com aquilo que se encontra na Vila Madalena, uma reles imitação, aquilo são “barzinhos”. Em um buteco clássico consegui identificar alguns elementos, mas comentem se me esqueci de algo... . Mesinhas de plástico ou ferro de marcas de cerveja, nunca nada mais confortável que isso . Máquinas de caça-níquel com o som alto, para vc escutar o pin-pin o tempo todo . Vende cigarro . Tem uma juke box com o som no último, com o melhor do pagode e do brega . A maioria dos freqüentadores são homens . Tem uma santa escondida em algum lugar . Tem patuás perto do caixa, sempre um balcão de vidro, com doces e quiquilharias . Rola um samba escondido da polícia de vez em quando . Tem o melhor dos petiscos, desde picanha até tremoço (que eu adoro) . Garçons muito ágeis, que logo ficam amigos . Tem sa

Médio meio mais ou menos

Sem maiores sustos, estou feliz e triste ao mesmo tempo. Quase feliz e um médio triste, nessa proporção. Acho que por isso as lágrimas não saem nem a fórceps Procuro não pensar muito numa pessoa que virou saudade. Procuro pensar muito em mim, nas minhas razões e atitudes. Até que funciona... Muito arriscado são as horas que ficam entre as 22:00 e a 1:00. (Assista TV, leia um livro, faça um crochê, tire a cutícula) Também é arriscado o solzinho da manhã na fresta de veneziana apontando para o vazio no local ao lado na cama gigante (Vc pode dormir na diagonal, nada como sentir-se tão repleta e cheia de espaço) As noites de calor também são crueis para lembranças doloridas (Saia para uma praça animada, beba muitas cervejas com amigos bons)

Encravada

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Tem uma dorzinha encravada nas lágrimas que ainda não derrubei. Estou fazendo um esforço pra chorar tudo logo de uma vez, chega, passa pra outra Aluguei, portanto, um filme que me disseram certeiro para esses casos graves de necessidade médica de desopilação. E nenhuma das lágrimas, encravadas, resolveu sair.

Sobre amores pulgões

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O que dizer de uma conversinha rápida, de um cartão telefônico para um celular, de uma moça para um moço, que se vêem há sete meses, que não se vêem nem falam há quatro dias porque começaram a fugir um do outro, a moça porque quer se salvar correndo par as montanhas, o moço porque tem compromissos com o bar e os amigos e a conversa rápida segundos antes de acabar o cartão é: _ Fui viajar pro sítio do amigo, aprendi a tratar de pulgão, lembrei de você! OS: Tá, minha planta tem pulgão, mas haja! Veja acima que é um pulgão Um bicho verdinho que destrói as plantas “comendo sua seiva”. Alguma analogia?

Me peçam depois pra contar dos pulgões

Mais uma vez escrevo em itens, mais pela necessidade de atualização deste brog. Ando pensando tantas, tantas que não dá pra ter coerência. Ou será que eu já tive? . A maior novidade é que acabo de ser convocada no concurso para professora do Estado. No tempo certo, depois do mestradim e talvez para assumir só no ano que vem. Tudo me embaralha a cabeça agora: emprego público, duas férias por ano, moleques interessantíssimos, moleques sofridos, loucura. O professorado é uma das classes mais loucas que conheço, no bom e no mal sentido. Medo de perder a tão cultivada sanidade mental que quem me conhece mesmo sabe que eu nunca tive. . Sobre as coisas velhas então. Percebi hoje que estou falando sozinha, na rua, enquanto caminho e até no elevador. E o pior é que só me toquei porque as pessoas estavam me olhando esquisito. Na hora eu brigava com um moço em voz alta, discutia tudo o que eu falei ou deixei de falar. Que sintoma de sanidade! . Estou lendo um livro muito empolgante. Se chama Afro
...mais ou menos, altos, altíssimmos, baixos, baixíssimos mas em geral, médio. Um pouco de vontade de chorar, um pouco de orgulho, outro tanto de vergonha, uma pitada de humilhação, outra de saudade. meio louca, histérica, tranqüila, determinada, com dúvida, muito segura, com certeza que sim, com certeza que nunca mais...

Um pouco mais sobre o Afanásio de todos nós.

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A impressão que me resta do resultado final desta batalha entre as torcidas de cá e de lá (com alguns viracasacas para quem dou o meu voto apesar de não compartilhar desta razão niilista) é que deixaram aquele afanasiozinho que mora dentro de todo mundo sair feliz e contente achando que suas idéias são geniais, e pior, aplicáveis. Voltando pra antes do começo então. Escolhi o Afanásio como um símbolo, mais midiático. Esse monstrinho conservador poderia também ser chamado de Erasminho ou Jairzinho, ou qualquer um de sua preferência. O discurso é o mesmo. Agora, pro começo. Nos meus exercícios de previsão de futuro percebi que o barco afundou mesmo. A população parece não demonstrar só desilusão com a esquerda, vulgo Lula. Esta desilusão pode e parece ter sido transformada em outras perspectivas que convocam a adoção de outras políticas. Políticas condenáveis por mim e que partem de outros princípios. Para sermos mais claros, temo com desespero que saindo da pauta e do planalto quem teor

“Não irmão, artista não!”

Eu queria ser artista. Artista que é artista é aquele que consegue transformar angústia em expressão, qualquer que seja. Se eu pudesse fazer um xerox fotocópia de meu cérebro e coração neste momento isso não seria necessário. Não dá pra fazer isso, nem com raio-x que eu tenho um monte. Então eu precisava ser poeta. Precisava ter aquela incrível capacidade de síntese emocional que alguns tem aos conseguir contar com as mesmas palavras que eu tenho, as coisas mais tristes ou felizes. Sínteses, só. A solução para crises de expressão para quem sofre de angústia crônica como eu são dois: atazanar as amigas com conversas sem nexo ou terapia psicanalítica. Ambos, um porre! O primeiro porque você fica com a sensação de que ninguém merece escutar o que você está pensando, de novo. Rola uma certa impaciência para escutar infinitas vezes sobre o mesmo assunto, e ainda por cima não seguir os conselhos lógicos que lhe são oferecidos, não ter atitudes coerentes. O segundo envolve o maldito velho bar

Só porque eu demorei

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pra aprender a colocar imagens nesse blogue. Aí vai uma, sem mais comentários...

A incrível batalha dos “Cidadãos de Bem” contra “Os dedos alados”

Estamos a uma semana do referendo e algumas coisas estão me deixando nervosa. As duas posições envolvem certo tipo de cegueira danosa e daninha, os debates estão tão esquizofrênicos quanto a proposta de revisão de um direito constitucional de maneira apressada e bem deslocada de outras amplas realidades que envolvem a Segurança Pública. Não sou capaz de retomar a trajetória desta discussão de desarmar a população. Retomo então, minha trajetória de envolvimento, sem mesmo gostar, com estes casos. Acho que foi na década de 90 que alguns pesquisadores de centro-esquerda começaram a pensar a Segurança Pública fora daquelas idéias de repressão violenta, prisão, pena de morte, punição dura, justiça implacável, característica daquela parcela da população sentada do outro lado, com os quais não partilho nada. Acho também que dentro dessa imensa pauta, que consideraria a justiça social e igualdade econômica como pressupostos, estariam também outras propostas como unificação das polícias, políci

Ta todo mundo espiano...

Cansei desse blog, cansei dos meus sentimentalismos baratos (para os outros, claro pois para mim saem meio caros). Nesse momento de mudar de vida caberia um silêncio reservado, porque ninguém merece escutar o que estou pensando. Essa decisão vem também de uma crítica, pequena porém dolorida, que sofreu minha dissertação: “Certa dose de egolatria” Ta vendo no que dá se meter com jornalista? Três anos e deu no que deu. Se bem que alguns poderiam dizer que é de nascença. A decisão agora é que neste blogue só constará, a partir de hoje, considerações filosóficas sobre minha vida. Chega de fofoca, de diz que disse. Com um certo espaço para parábolas ilustrativas. E um toque de sabedorias incompreensíveis. Coisas que no mínimo me façam pensar pra escrever. Não mais vômitos desabafantes emocionados e bêbados. Quando eu não souber o que dizer, recorro ao meu repertório de frases, entre aspas, com citação de fonte. Com muito mais credibilidade. Por exemplo, sobre o amor, meu amor difícil e sofr

Vazio carregado de surpresas.

É certo, defendi, sou mestre, mas a segundona seguinte me pareceu igual. No fundo essas passagens são iguais a ano-novo ou aniversário. São passagens, rituais, símbolos...mas que mudam pouco o dia seguinte. Tenho tanta coisa pra esperar agora que nem sei por onde começar. Fazer uma viagem? Fazer doutorado? Fazer regime? Virar professora? Fazer um filho? Um jornal? Uma revista? Outra graduação? Outro mestrado? Um curso de corte-costura? Oficinas no Sesc? Volto pra Cuba? É claro, o alívio não tem preço. Dá até um vazio, que reflete na preguiça de acordar. Mas pelo menos, é um vazio cheio de expectativas, do que será que eu quero ser quando eu crescer...

“Eloqüência”

Ou “elouqüencia”, que deveria ser a palavra correta, meio relacionado a “louca”, que é como me sinto agora. Se tiverem que torcer por mim, rezem, peçam, inspirem minha eloqüência para que amanhã, a essa hora, eu já seja uma mestre. Faz dois dias que não trabalho, que pareço uma louca quente vagando entre computador, cozinha, varanda, rua. Preparo uns parágrafos da defesa, que contou com sete minutos, menos do que o desejado. Já terminei e não gostei do que fiz. Mas o problema está nesta palavra, defender o que se faz é, mas não deveria, ser difícil pra mim. Botei a alma aos bofes. Preocupada também com a festa, que no fundo é o melhor de tudo, escrevi para os amigos realmente esperando por todos. Liguei para outros de quem não tinha emeio. Foi engraçado, pois de cada um recebi um conselho, um melhor que o outro. 1. Meu professor de inglês, na prova oral que tive hoje: “Breath, remember breath. And...let them wait!” 2. A primeira conversa com Oriana, recém defendida, guerreira pra caral

Cratera no estômago

A defesa foi marcada, e no mesmo segundo uma cratera foi aberta no meu estômago. Maldito ácido corrosivo. Medo pânico de defender o que escrevi, que nem sei se concordo mais, já passou muito tempo. Não gostei de tanta coisa ali! Insegurança intelectual que não passou nestes três anos e uma dissertação depois. Desta forma peço a meus amigos que não venham para a defesa. Não me levem a mal, mas não quero público neste momento que considero difícil pra caramba. Nem mesmo público amigo que tenho certeza que qualquer problema ia me apoiar até o fim, dizendo que a banca é cretina, ou mesmo usando de violência para fazê-los assinar o formulário que me dirá: mestre. Sobre a jornada de festas comemorativas ainda nem consegui pensar direito. Mas tenho certeza, e essa sim poderia defender com unhas e dentes em frente a uma banca, de que quero todos nas festas, longínquos ou presentes. Começa na sexta dia 30, não sei quando vai parar...

que não tem fim

“ Eu vou te dar um prato de flores e no seu ventre vou fazer o meu jardim que não tem fim que não tem fim” Continuo o esforço pela diversificação das paixões. Livros, outras pessoas amigas, trabalhinhos, planos para outro blog, risadas, bebedeiras, comidas. Os dois últimos, além da conta. Visitei meus cachorros ontem, eles estão lindos e felizes. A baleia uma senhora respeitável, com cataratas e dentes poídos. A zaza gorda e meiga e brava como sempre. A chica também gorda mas bem musculosa, com as berebas usuais, uivando lindinha como sempre. O bê feliz e trouxa. A capitu, minúscula. Fiquei feliz que até vim fedendo cachorro pra casa, de saudade daquela muafa que só a matilha inteira sabe cultivar, por mais banhos que tomem. No mais, comi ameixinha do pé, visitei cachoeira na chuva, espantei gambá da lareira, tomei vinho e esquentei o pé gelado nos pés do moço que foi comigo. Coisa quente que é isso tudo, apesar do frio do feriado de pátria independente. Estou apaixonada também pelo si

Política das múltiplas paixões

Alerta: estou piegas! Acordei sábado no meio da noite, olhei pro meu lado e vi que estava completamente apaixonada. Perdida mesmo, fodida, amarrada, desesperada, ansiosa, feliz. Minha mente de fortes tendências objetivo-sintéticas tenta dar conta de entender o que se passa, de prever o que vai se passar comigo. Descobri que eu tenho medo mesmo é de odiar, e não de amar. No fundo é a mesma coisa, mas muito pior. Elaboro então estratégias, com a ajuda de meus amigos, das velas que acendo, dos livros de amor que eu leio. Estratégias pra não odiar, que tratem ao mesmo tempo de não me deixar viver seca como eu estava há um tempo, ou morrer afogada. A mais recente delas é a das múltiplas paixões, sentenciada sem querer por um amigo urbanista. Aproveitar essa coisa energética bem estranha que é a paixão e disseminar para todos os lados. Ou nadar, trabalhar, andar, estudar, ler, ouvir música, escrever, sonhar. O que nunca fazer com esta mesma energia: esperar um telefonema, comer, fumar, beber

Um cachorro muito amigo meu

Há alguns dias foi morto um cachorro amigo meu. Amigo nosso, na verdade. Na galera todo mundo se olha e lembra: você soube do Jagunço? Falei com o dono dele ontem, pessoa que guardo em lugares estranhíssimos, como ali em baixo da escrivaninha junto daquela foto. Esta foto nem sei bem quando eu fotografei, lá no chão da cozinha de uma casa que nem existe mais, o dono e o cão em uma foto simétrica, um deitado no colo do outro, cabelo, pêlo, barba, tudo misturado e amigo. Tirei a foto de debaixo da escrivaninha, tentei deixar lá mesmo o dono, e coloquei no mural. Falei com o dono ontem que me contou história tão triste que tem lágrima encravada no meu olho até agora. Jagunço morre de bala, né Cuca? Não! Volta pra cá, vem beber, vem conversar, vamos brindar o cachorro que morreu. Tão melancólico este cachorro, ele chorava de amor, lembra? Ele brincava com as cachorras crianças, ele atendia o assobio, ele uivava tão fácil, ele tinha barba, ele andava sem coleira, ele era briguento, ele tinh

Corra pra casa...

Tem dias que você tem que correr pra casa, trancar portas e janelas, acender uma vela, se embrulhar no lençol. Se esconder, medo. Ontem começou bem com uma segunda qualquer, descambou depois do meio dia. Apesar que de manhã encontrei uma bereba em cima da minha cicatriz novinha! É micose, disse a fisioterapeuta. Logo depois minha adorável chefe deu indiretas de que havia descoberto que eu ando fazendo duas horas de almoço, essa vida de bater ponto me irrita. Sim, eu fujo pra musculação numa hora de almoço prolongada. Logo depois derrubei meu celular dentro d´água. Tudo no mesmo dia. Chorei, liguei pro moço e chorei de raiva. Que merda de dia. Vou correr pra casa, estou com medo, nada mais horrível... No fim do dia me contam que o Jagunço foi morto. Morreu com um tiro. Morreu o Jagunço.

Por que eu saí do orkut?

Uma amiga foi a primeira a notar, outros amigos vieram na seqüência. Perguntaram o porquê. Quem me conhece sabe, sou uma pessoa bem chegada a uma maneira de raciocinar próxima a chamada pelos incrédulos de “teoria da conspiração”. Outros mais atentos diriam que é “visão de futuro”, outros mais técnicos, “paranóia”. Eu digo, no mínimo, “desconfiança”. Existe uma balbúrdia criada em cima desta “comunidade de relacionamentos” principalmente pela Folha que me incomoda. A impressão que me dá é que os jornalistas perdem todo aquele tempo de sobra fuçando em suas páginas no orkut cada um com seus 500 amigos e/ou fãs. Nos últimos meses o orkut foi notícia de diversas formas. Até mesmo as mais ridículas, tipo “orkut fica fora do ar por quatro horas”, ou, “internautas reclamam do sumiço de comunidades”. É o tipo de pauta de quem está por dentro do negócio. Fora isso, o inegável formato de páginas policiais. “Me diga”, sem nenhum sopapo, “do que você gosta e com quem você anda”. Ninguém é capaz d

Meu dia começou cansado...

Assim começou mais esse dia de segunda feira. Que foi salvo, pela manhã, pela história que meu primo escreveu, e que ele me deu ontem pra ler, que eu li hoje de manhã em um dia que começou antigo e cansado. E a história começa assim: Meu dia começou cansado... Começou cansado porque eu, há cinco horas atrás, estava em um bar, embriagada, no final do domingo santo. Estava com a pessoa por quem estou apaixonada, pelo menos quatro dias por semana. Fazendo aquele esforço pra conhecer mesmo a pessoa por quem você está apaixonada eu disse: eu tenho ânsia de te ver. Pra ver se ele não chega mais atrasado e me beija com a boca de feijão/paixão/tesão/ ou estas coisas que só o Chico sabe rimar. As ressacas são imorais, e eu nem seu porque eu me senti mal hoje pela manhã. Deve ser porque eu estou cansada. Começou antigo também meu dia, com uma velha sensação de ter perdido o trem, de não ter planejado a semana nos segundos que antecedem o sono do domingo. Coisa importante estes segundos, pra faze

Medo de quê?

Grupos de crianças vem visitar a folha, normalmente de classe média-alta. Quando entendem como funciona um jornal, piram nos computadores e nas fotos do Harry Potter cadastradas num arquivo digital. Dias atrás chegaram as crianças de um projeto educacional da favela Zaki Narchi. Tinham menos de sete anos de idade, mas entendiam muito mais de medo do que qualquer pessoa. O rapaz começou a exposição como todos os dias. Perguntou do Harry Potter, um levantou a mão. Lembrou-se então de perguntar se alguém já tinha visto um computador, um levantou a mão. Explicou que aquilo se chamava mouse, que era rato em inglês. A menininha levantou a mão e perguntou se ele corria quando tentavam matar ele. Começou então algum diálogo. Enquanto isso, estou lendo o jornal numa mesa bem perto. Os três menininhos do fundão, de mãos no bolso e indiferença de adolescente se aproximam de mim. Um deles aponta para uma foto de pneus em chamas, protesto pela morte da mãe e dois filhos em Diadema por um policial m

Váááááárias do dia de hoje

Vááááárias coisas pra comentar, outras eu nem comento. Pra facilitar a atualização do querido leitor vou escrever em itens; minha cabeça ta desorganizada, minha vida está corridíssima, mas eu gosto mesmo disso. 1. Depois de 3 anos, 170 páginas, 48 notas de rodapé, 45 livros na bibliografia, 1 viagem, 1 cirurgia, 3 amores, 3 casas, 4.219 crises, 2 semanas de insônia, 9 fitas de vídeo com imagens gravadas, 5 fitas com entrevistas, 7 versões quase finais, 8 cópias encadernadas em espiral, 2 ônibus até a usp, 1 assinatura, EU VOU DEPOSITAR NA SEXTA-FEIRA. Sem mais. 2. Constatei hoje: como pude viver tantos anos sem a voz da Na Ozzetti? Estou obcecadamente ouvindo na amiga rádio uol a música que diz coisas tão bonitas, ( mesmo que não tenha sido ela quem escreveu, quem “diz” é ela) “De um lado vem você com seu jeitinho Hábil, hábil, hábil E pronto! Me conquista com seu dom” (...) “Um método de agir que é tão astuto Com jeitinho alcança tudo, tudo, tudo É só se entregar, é não resistir, é ca

Heranças que queremos ter

Tudo isso é porque não consigo parar de pensar que o José Serra que cercar a Praça da República. Com grades. Queria muito conversar com meus amigos urbanistas sobre isso, propor ações de boicote ou mesmo ação direta efetiva e violenta. Tudo isso faz parte daquela mesma visão higienista de revitalização do centro. Andréa Matarazzo, o subsecretário da Sé, afirmou em uma entrevista para uma revista judaica, que os problemas do centro de São Paulo são os moradores de rua e os ambulantes. E para tirar cada vez mais estas vidas que matam o centro, na visão deles, a Sé será reformada, e os canteiros retirados, para dar mais segurança e não possibilitar nenhum lugar para dormir aos que não tem casa, ou como voltar pra ela. Da mesma forma uma revitalização silenciosa ocorre em todas as marquises, muretas, beirais das lojas, bancos. Morando aqui eu acompanho o processo de colocação de espetos, cacos de vidro ou até lindos vasos de concreto com árvores em lugares que antes ofereciam um pequeno te

O que alimenta

Vocês devem ter percebido a dificuldade em atualizar essa coisa, mesmo passando o dia inteiro na frente do computador. Está meio atrasado, queria ter tempo de contar grandes coisas, mas na verdade, elas não aconteceram. Estou com vidinha rotineira. Indo trabalhar as 8 da manhã, pra poder sair ainda com a luz do sol. Não saí a semana inteira, trabalhei nos projetos em casa, corrigi os erros de português da dissertação, fui no correio mandar cartas, fui na reunião com orientadora, fiz sopa de legumes pra jantar melhor. Tudo isso até ontem. Vim no debate sobre Reforma Agrária aqui na Folhasp e encontrei amigos de surpresa; logo fugimos do debate ruim, corremos pro largo e em volta de mesinhas de ferro nos sentimos muito melhor. Tomando muitas cervejas, muitos cigarros, trocamos planos para o futuro, combinamos de mudar o mundo, de tocar projetos, de trabalhar levando em frente alguns sonhos, atualizamos as vidas. De manhã, com aquele sono pra levantar, de novo as 7:00, lembrei que os amig

Mulher independente procura...

Muito me achando independente, estou sábado à noite solitária, decidia a não ligar, terminando a dissertação, de banho tomado, janta feita, cozinha arrumada. À tarde, fiz compras de comidas e trouxe um vinho pra casa, imaginando uma noite de luxúria com o Word aberto na página 102. Muito me achando independente, tirei a casquinha da garrafa e enfiei o saca-rolhas. E a garrafa não abria de jeito nenhum. Tentei puxar, empurrar, nada. Apelei para o porteiro já com alguma vergonha. Atrás do balcão estava a Lucy, a porteira mulher que causa algum espanto nos que vem me visitar. Muito simpática, tentou puxar a rolha. Rimos com vergonha, “tem que ser força de homem”. Respondi, “segura aí que eu puxo”. Nem se mexeu a rolha. Muito independente que sou saí na rua disposta a achar um homem. A Lucy observando da porta, meio risonha, meio incentivando. Eu manquitola e segurando a garrafa com um saca-rolha enfiado, era uma ceninha! Olhei pro lado e vi um casal empolgado se beijando e abraçando. Pens

No mural da fisioterapia

Em frente a bicicleta ergométrica existe um mural No mural estão as fotos dos atletas que foram curados naquele lugar No meio das fotos há um papel com uma mensagem, que só dá pra ler um pedacinho. O pedacinho dizia... " Não corra atrás das borboletas. Cuide do seu jardim que elas vêm até você" Piegas, não

Sabedoria Leminski

Vocês devem ter notado a overdose de Paulo Leminski nos posts dos últimos dias. É, estou adorando o livro que comprei faz tempo e que agora me caiu no colo. Naquele esquema de usar que nem bíblia (pensa numa coisa e abre o livro), encontrei respostas que enm o oráculo Conceição me deram. 1. Sobre aquela minha teoria de ficar parada: Alguém parado é sempre suspeito De trazer como eu trago Um susto preso no peito, Um prazo, um prazer, um estrago Um de qualquer jeito Sujeito a ser tragado Pelo primeiro que passar Parar dá azar 2. Sobre o amor, posts antigos e estas coisas essa vida que eu quero, querida encostar na minha tua ferida OU AMOR BASTANTE Quando eu vi você Tive uma idéia brilhante Foi como se eu olhasse De dentro de um diamante E meu olho ganhasse Mil faces num só instante Basta um instante E você tem amor bastante

Só pra lembrar

One is the loneliest number that you ever do (...) One is a number divided by two (...) Two can be as bad as one, it´s the loneliest number since the number one"

Bolo de

" Tão doce, tão cedo, tão já Tudo de novo vira começo" Do leminski A decepção é sempre maior do que a expectativa. Mesmo se a expectativa for pequena, quase nula. Expectativa daquelas relutantes em fugir das inúmeras vozes que sussurram no ouvido, que te dizem “não espera muito”, “ é só mais um”, “imagine”. Vivi grandes momentos neste final de semana, com aquele que se convencionou chamar por Ernani Moraes, grande, mais velho. Achei que ele não era de brincadeira. Por odiar joguinhos de poder achei que estes passavam com correr da idade. Depois DELE fazer insinuações de programinhas pelo próximo mês, comer ali, ir acolá, etcétera. Falei, vamos. Domingo à noite ele relutou em ir embora da minha cama, da minha casa. “O que você vai fazer amanhã?” Respondi “Médico, fisioterapia, estudar”. Ele disse “Vou no zoológico com as crianças (em tempo, ele é professor), volto as cinco, nos vemos?” Saí do médico às 5:30. Liguei, ninguém atendeu no celular. (Pensei, estranho, não deve poder

Jornadas à pé I

“Quem chega tarde/Deve andar devagar/Andar como quem parte/Para nenhum lugar Vida que me venta/Sina que me brisa/Só te inventa/Quem te precisa” Do Leminski Passando o entusiasmo de aniversário, estou precisando contar pra vocês um pouco do meu cotidiano aqui na metrópole. Não está fácil! Mas quem disse que ia ser fácil. Eu queria que fosse difícil mesmo. Só pra lembrar, uma advertência aos leitores: ISSO NÃO É RECLAMAÇÃO! Estou bem feliz de por estar aqui. Até o barulho tão barulhento do meu largo me fazia falta. Esse rugido 24 horas de São Paulo está ninando o meu sono, na minha cama grande e vazia. Estou numa puta dureza. Estas linhas tortas do destino me pregaram uma peça boa. Três quartos da bolsa pagam fisioterapia e remédios. O resto é pra comer, fumar, beber e ir. Estou comendo toda a dispensa da casa, macarrões, sopas Maggi obscuras que meu tio comprou, comida congelada há tempos. A pergunta é, vale a pena? Vale primeiro pelo moral das tropas. Estava começando a ficar triste em

Jimis entusiasmado na metrópole

O domingo à noite, final do dia do meu aniversário, tinha tudo pra ser mais um domingo à noite, mais um final de dia de aniversário. Um dia melancólico porque foi o dia que eu cheguei, depois de três meses ausente, de volta a minha casinha. Já passei por isso, cinco anos atrás. Voltei num domingo à noite, sem ser meu aniversário, pra São Paulo, depois de um tempo em Itu acidentada. Sozinha, passei a noite tentando me localizar na minha vida, revendo caixinhas, cadernos e memórias. Desta vez foi diferente. Fui retirada do buracão melancólico que estava prestes a me meter (rede pendurada, tango na vitrola) pelo telefonema surpresa do meu amigo James. “Vamos tomar? Que bom que você topou.” Pensou ele e eu. O James como um bom urbanista que é logo percebeu o potencial deste fantástico calçadão espremido entre a igreja e o buteco Birinight´s. Somente a Santa Cecília mesmo pra ser conivente com o espaço de luxúria e samba bem ao lado de sua casa. Mas dizem mesmo que essa santa é a padroeira

Ciclos

Parece mesmo que a vida humana, mais ancestral, é marcada pelos ciclos. A racionalista é que é linear, progresso, sucesso, idade, hora, dia, ano. A gente vive mesmo no acorda, come, dorme, vê novela, alguns trepam. Nasce o sol e depois a noite chega, não vem falhando há alguns anos. Por exemplo, acabo de chegar ao fim do meu ciclo menstrual. Sem surpresas de ter sido interrompido por uma fecundação, sem grandes atrasos ou angústias. Só tive que correr (com muletas), para comprar ob antes de ir nadar. Incômodos. Lembrei que eu parei de nadar quando tinha 12 anos e fiquei menstruada pela primeira vez. Meu técnico militar não entendia que eu tinha que faltar uma semana nos treinos, as meninas mais velhas não entendiam como eu não acreditava nelas de que na água não descia e eu não entendia mesmo como eu ia lidar com aquela sanguera uma vez por mês por muito tempo. Parei de nadar, fui jogar vôlei. O ciclo fechou outro dia quando voltei a nadar e minha professora/personal é uma dessas minha

Com os burros n’água

Hoje comecei a nadar. Me rendi as evidências de que talvez eu leve algum tempo pra sair desta cidade. Resolvi nadar pra acelerar as coisas já meio lentas. Percebi que eu vou começar a andar na mesma época de que andei quando foi o acidente, poucos dias antes do meu aniversário. Aliás, estou pensando em fazer uma festinha em São Paulo, ainda não sei onde. Queria que todos vocês viessem.Fora isso, mestrado, fisioterapia. Estou de saco cheio, deve ser mesmo o inferno astral. Pelo menos acabou a quaresma!

Sabedoria Caetano

“Circuladô de fulo ao deus ao demo dará que deus te guie porque eu não posso guia e viva quem já me deu e ainda quem falta me dá.” Estou afastando, certeira, minha ladeira de autocomiseração. As vezes até peço, agora que sou mística, pra que tudo de certo: os empregos dos que precisam, as ameaças de agressão, as trapaças da cabeça, as enganações do coração. Certa disso estou sentada na frente do rio esperando a corrente certa pra começar a nadar.. Também afasto, certeira, a tendência a acreditar no buraco escuro e fantasmagórico em que às vezes se encerra todo mundo, ou melhor, se encerro eu. Parece que está todo mundo, mas está só eu mês, sozinha. Afasto a tendência de não enxergar. “...que no fim eu acerto que no fim eu reverto que no fim eu conserto e para o fim me reservo e se verá que estou certo e se verá e se que tem jeito e se verá que está feito que pelo torto fiz direito que quem faz cesto faz cento se não guio não lamento pois o mestre que me ensinou já não dá ensinamento.”

Meio Explicado

Eu estou meio apaixonada por um cara meio parecido com o Marco Ricca. Vocês acham que eu ia gostar de um cara que casou com a Luana Piovani, mesmo em filme? Vou contar a história. Tudo começou naquela viagem pra Parati. Ele estava lá com uma namorada e com aquela galera de Campinas amigos do Du ique. Depois fomos pro Sono e ele foi também. Ficava na rede, fumando o dia inteiro, meio quieto. Na época, até doeu! Ta bom, mais um campineiro, mais um engenheiro. Naqueles tempos eu namorava o Moises, estava louco pelo dono do cachorro que vivia em casa e fiquei temporariamente louca por esse italiano. Ele tem algo de Marco Ricca, tem o meu tamanho, um olho parecido, um nariz meio grego meio italiano, é sério, charmoso, interessante, trabalha com vídeo, febem, ongs.. Pra engenheiro, saiu pela esquerda! No ano seguinte encontrei com ele em uma festa do Maionese, no Riviera meio vazio. Conversei muitas horas seguidas com ele...nem lembro o que. Agora, logo que entrei na festa do Lu a gente come

Sem bico

É isso, o Ministério do Trabalho e o Sindicato dos Jornalistas vieram me ajudar a garantir meus direitos trabalhistas...e eu rodei. Perdi eu bico na Folhasp. Me sentin naqueles caminhões de bóias frias, que o Ministério ajuda a ficar sem dinheiro quando exige carteira assinada e manda todos os caras de volta pra casa. É bonito de ver! Tem algumas vantagens, por exemplo brincar de estudante nesses meses cruciais. A desvantagem é dinheiro mesmo, pra pagar tudo que eu devo e vou dever com fisioterapia e outras terapias e remédios. Os oitocentinhos ao vai dar. Também não dá pra arranjar um novo trampo de muleta. É, to fuds por enquanto. Mas estou bem. Pelo menos me livro a sensação que eu tive, por umas três semanas...Acordei todas as manhãs pensando que minha defesa era hoje e eu não tinha terminado a dissertação. Gostoso, né? Fora isso, to apaixonada pelo Marco Ricca...depois eu conto os detalhes!

Desconexão

Comecei este post faz uma semana. Ele começou a ser escrito em itens, para facilitar a leitura de tantas coisas desconexas, mas acho que em letra corrida a coisa fica mais confusa, mais ao gosto desta que te escreve. Coloquei uma música agora, uma salsa, e já consigo me imaginar girando no salão nos braços de algum guapo, a rodar tão bem como se tivesse asas nos pés. Sim, meu pé está melhor, mas não pra tanto. Obrigada pelos comentários amigos e saudosos. Estou tentando escrever, disputo espaço com o marasmo ocupado em que me encontro e com meu irmão que joga o dia inteiro nesta máquina de entretenimento. Quando sobra um tempo, eu já estou vendo a Nazaré, depois um filminho, depois meu último volume do Tempo e o Vento e depois sono. De manhã fisio, terapia, algum passeio, almoço, crochê, às vezes dois parágrafos na introdução da tese, crochê, jornal da Band, jornal Nacional, e voltamos a Nazaré. Anda sendo quase isso, todos os dias, de tédio eu não estou morrendo...morro é de inanição

De volta ao croche

Nem to conseguindo escrever...entrei na fase crise com o blog?

O que tem que ser, tem força

Encontrei o épico do Érico Veríssimo nesta temporada de repousos forçados. O Tempo e o Vento...tem sete volumes e já estou no quarto. Voltemeia alguém diz o velho ditado,dessa maneira bem gaúcha. Digo isso porque depois da visita desenvolvi uma puta dor de cabeça, devo ter tomado muito café...ou era só o sintoma dos pensamentos se reagrupando, a cabeça funcionando em estado de emergência...os neuroninhos anárquicos tentando dar conta de tudo ao mesmo tempo. Apaguei a luz e repousei a cabeça. E o ditado veio... . Na hora, a oposição é que fez sentido, porque o que não tem que ser, não acontece nem na porrada. Contrariando o que eu pensava de mim mesma, o que meus amigos pensavam, descobri que não sou eu necessariamente que fecho as portas. Eu estou com a porta e a janela aberta, mas não é todo mundo que pode passar por ela. E o melhor...depois de meia hora pensando, descobri que não há problema nenhum nisso. Eu sei tudo o que eu quero, e não vou abrir mão de ter uma paixão ou du

Só mais um pouco

Gelo, pêssegos, homeopatias e necrose. Não nessa ordem ou tudo ao mesmo tempo. Depois de algumas notinhas no blog, resolvi tentar publicar algo decente. Mas, não ando conseguindo pensar nada com coerência, introdução, desenvolvimento e conclusão, portanto exponho aí abaixo o mosaico de pensamento desconexos dos últimos dias... 1. Vou acabar, pela primeira vez na vida, um potinho com bolinhas de homeopatia. Tomarei 60 dias, e já está quase no fim. O remédio serve a cicatrização e etecéteras. Alguém já tentou se matar com homeopatia? Eu já, mas é melhor comer um suflair! 2. Comecei a fisioterapia hoje. Dois rapazes simpáticos, doces, suaves, delicados e profissionais vão mexer no meu pé pelas próximas semanas. Eles ajoelham no chão, massageiam o pé, e melhor, vão bota-lo pra funcionar. Meus dias de princesa apenas começaram... 3. Labirintos da memória. Comendo uma ameixa, nesses últimos dias, lembrei de que descobri o beijo na boca com uma caixa de pêssegos, no banco de trás d

A gente somos...

É isso, tô me sentindo tão inútil que até sem ter nada o que escrever à princípio, marco presença neste blog nosso de cada dia. E desculpe-me pela generalização ao incluí-los no título, foi só pra garantir o trocadilho com a velha música. Falando em música, boas influências do ultimamente me fizeram empolgar novamente com o violão. Fui buscá-lo (mentira, me trouxeram) detrás da porta...abandonado. Tirei o pobre DiGiorgio da capinha e descobri que ele estava com a corda Mi (“fiz uma aliança pra ela, prova de carinho”) esgarçada, quase arrebentando. Precisava tentar salva-la porque no sábado à noite eu nunca ia achar uma corda pra comprar. Depois de toda operação de arrumar a corda, próximo passo, afinar. Por coincidência, encontrei um diapasão na gaveta do criado-mudo. Que delícia o “lá” redondinho que obviamente eu não consegui transpor pra afinar o violão. Ficou razoável a afinação! O próximo passo foi descobrir o quê tocar. Não é mentira que eu esqueci tudo, ou quase, que

Todo mundo em casa

Hoje minha mãe na cozinha, eu na sala com pé pra cima, meu irmão lá embaixo. Minha mãe preparando o almoço, eu tecendo crochê, meu irmão jogando. Me bateu forte a sensação de estar faltando alguém. Pensei na minha avó que estaria na cozinha desde cedo preparando meu de comer preferido Na mesma hora apurei o ouvido para os barulhos e cheiros da cozinha, bife frito e pratos batendo. Minha mãe meio cansada solta uma expressão que nunca vi sair da boca dela, mas que minha avó dizia sempre na lida da cozinha. _ Ai, Ai, São Brás! Beleza! pensei. Está todo mundo aqui comigo

Passa as pernas, por favor!

Tenho tido bastante tempo pra pensar, então aí vai uma breve reflexão sobre uma semana sobre muletas... . Desenvolvi uma técnica: andar com uma sacolinha pindurada na muleta, assim consigo levar cigarros, isqueiro, celular, telefone sem fio, remédio e até cinzeiro vazio. Só não descobri ainda como carregar um copo de coca-cola. Ou seja, de muletas, ou você vai ou você leva!. . Também é um forte exercício aeróbico. Dá pra suar bastante...se bem que meu preparo vem melhorando! . Caso alguém de vocês venha um dia precisar deste meio de transporte, cuidem em prestar atenção onde você estaciona suas pernas postiças ao sentar-se em qualquer lugar. Elas estão sempre atrapalhando alguém...que tende a colocá-las fora do caminho, e consequentemente do seu alcance. Daí, quando bate a vontade de andar, você não alcança suas muletas. Frase da semana: passa minhas pernas, por favor! . Com as muletas, escadas ou qualquer degrau tornam-se ameaçadores. Não dá pra saber com qual das três pe

Cheguei em Itu

Chegada meio atribulada, tensa, dolorida. O Milagre da Medicina está sendo desmascarado. ..É isso, que bom que minha mãe nem o médico deixaram eu ir no churras da Jú (porque u até pedi pra ele, só pra ver)...na noite de segunda meu pé doeu horrores...eles mexeram muito, espremeram o corte, me fizeram movimentar o pé, os dedos. Quando a noite baixou eu já estava tomando remédio fortão de novo...ta doendo até agora. E sobre a vinda pra Itu...eu e meu pé éramos as maiores bagagens do carro. Seguida pela mala de livros de fazer mestrado e depois pela de roupas e por último a de CDs. Desta vez vim prevenida, nada de só essencial porque eu preciso muito dos meus supérfluos...até aquele cd que eu não escuto muito eu trouxe...vai que me dá vontade...tenho que estar preparada. E também veio o computador, claro. Não dava pra disputar mestrado e internetmania com a sede por joguinhos do meu irmão. To usando uma bota agora...parecida com aquela que vocês já conhecem mas muito maior e mais fe

Milagre da Medicina

Sem brincadeira, meu pé está ótimo. Até que valeu a pena todo o drama, nem que seja pra ver que não é tudo aquilo que eu imaginava...Acho que no fundo isso é uma estratégia...esperar o pior para se surpreender com o que vier de bom. Por outro lado, tô sem saber direito o que está acontecendo no meu coração... Tive visita sábado, foi meio estranho...minha mãe e meu irmão já estavam ligados...eu nem sabia em que categoria deveria apresenta-lo. Levei um tempo pra explicar pra minha mãe...nem precisava, na verdade, mas acho que eu estava levando realmente à sério. Agora eu já não sei, não posso com laconismo ao telefone e ao email...eu sou falante e prolixa. A visita mesmo foi ótima, mas como eu sou impulsiva, achei-a meio lacônica, formal...fiquei com muito medo de ter sido forçada...por ele mesmo e não por mim. Quem sabe o que é ficar doente sabe que legal é receber visitas...fiquei com medo que ele estivesse me visitando mais por ele do que por mim....Medo ridículo...tomara que e

Chá de estrada

Na varanda da minha casa tem um vaso com capim cidrão. Trouxe uma muda do sítio porque nunca se sabe quando vai precisar. Pelo dicionário de Ervas Medicinais a planta é sedativa, analgésica e combate o histerismo e outras doenças nervosas. Mas, a mãe da minha mãe já dizia pra ela não dar tanto chá de estrada pra mim, eu tomava litros quando bebê, porque daquele jeito eu ia virar estradeira... Certo, fiz hoje uma garrafa térmica do chá. Tentei tomar o dia inteiro...to nervosa por não poder fumar, mas estou fumando. Esqueci o que é me policiar pra não fumar...não tento isso há anos. É irritante! Também estou com medinho básico. Com moço tão novo pra apresentar pra família (se quiser vê-lo nos próximos dois meses) Com gula, vontade de me embriagar e fingir que nada tão diferente vai acontecer. Com saudades da minha avó Das minhas amigas Dos meus cachorros Saudade da praia Da irresponsabilidade, do pensar pouco e rir e beber muito. Espero mesmo que esse chá faça efeito,

Duplo twist

Pessoal, desculpem minhas oscilações de humor...acho que estou meio tensa. Hoje já me sinto melhor, e agradeço tanto pelos recadinhos de carinho dos meus amigos. Muito amor eu sinto por eles, e esse apoio é tudo de bom, como sempre! Ontem comecei a lavar louça, ouvir música, tomei uma brejinha com os amigos do meu irmão, criei coragem, escrevi um email, assisti filme dos Trapalhões, tomei banho (técnica da Ana), e dormi meio chapadinha. (Sonhei que nascia um olho bem no meio da minha mão...brotou de um corte que uma abelha fez...a abelha carregava um fio (tipo com cortante de pipa?)...e quando eu fui espanta-la, ela me picou. Fui ver o corte e ele abriu, feito um olho...e uma pelinha cobria o globo, como se ainda não estivesse maduro. (!!) Cris, desse aí você dá conta de interpretar?) * Hoje já acho que vai dar tudo certo e que vou consertar meu pé tanto que vou estar de volta dando um duplo twist carpado, com direito a bracinhos estendidos no final.

Patas arriba

Estou a pouco mais de 24 horas em itu, não me sinto bem. Liguei pra minhas amigas meio dormentes, não passou... Amanhã, ou hoje, já volto pra Sampa...mas deu pra sentir o clima que estarei aqui, por dois meses parada! Só entendi há algumas horas atrás, quando fui ao banheiro e descobri um bezouro desesperadamente de pernas pro ar. Se debatendo, desesperad0 tentado se mexer e voltar a andar. Que medo que me deu aquilo! Um medo absurso ao perceber a metáfora perfeita... De certo não preciso de mais nada que me deixe de patas para arriba, mas sim que funcione como o inverso pra me desvirar.

Sabedoria Iemanjá

A Iemanjá me ensinou uma coisa...depois de eu dar velas, colar, miçanga, flor e pedido. Pedi pra ela que eu queria coisas bonitas...não importa o quanto durassem...não quero mais escrever nada Bridget Jones...ou pelo menos não tudo. Valeu, Dona Iema!

Sabedoria Magnólia

"It's not going to stop, 'till you wise up" alguma coisa como que perceber que se entregar e estar disposta a perder é algo tão grande que nem a lua que perde pro sol mas ta sempre de volta e se tiver que se esconder é por no máximo uma semana é mais ou menos também como rir de si mesma e contar pra todo mundo que se é ridícula e apaixonada e chorar de vez em quando e quando quiser chorar sozinha é por no máximo uma semana me parece que é quase quase estar mais ou menos apaixonada e esfregar as unhas no couro cabeludo e cruzar cinco dedos de cada mão como se fizesse sexo e sentir tanto medo quanto estar de carro na Tamoios cantando pneu mas nada se compara a esperar um telefonema e nunca por mais de uma semana.