Heranças que queremos ter

Tudo isso é porque não consigo parar de pensar que o José Serra que cercar a Praça da República. Com grades.

Queria muito conversar com meus amigos urbanistas sobre isso, propor ações de boicote ou mesmo ação direta efetiva e violenta.

Tudo isso faz parte daquela mesma visão higienista de revitalização do centro. Andréa Matarazzo, o subsecretário da Sé, afirmou em uma entrevista para uma revista judaica, que os problemas do centro de São Paulo são os moradores de rua e os ambulantes. E para tirar cada vez mais estas vidas que matam o centro, na visão deles, a Sé será reformada, e os canteiros retirados, para dar mais segurança e não possibilitar nenhum lugar para dormir aos que não tem casa, ou como voltar pra ela.

Da mesma forma uma revitalização silenciosa ocorre em todas as marquises, muretas, beirais das lojas, bancos. Morando aqui eu acompanho o processo de colocação de espetos, cacos de vidro ou até lindos vasos de concreto com árvores em lugares que antes ofereciam um pequeno teto pra alguém dormir, sentar ou descansar. Não há quase mais lugares pra se sentar no centro.
Agora de volta as praças. Heranças de lugares tão antigos quanto os homens...lugar de troca e comércio. Lugar de descanso, de conversas. Vazias e limpas, cercadas por grades verdes (ou azuis e amarelas), a Praça da República não será mais lugar de passagem, não terá mais bancos, será proibido o comércio, o lugar mais morto do centro de São Paulo.

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