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Se eu tivesse um filho, estaria pensando no que fazer do natal da criança.
A primeira questão diz respeito a figura do Papai Noel, porque sim é bom ter fantasias, cultivar a imaginação e o mágico. Mas existem tantas outras fantasias mais legais, especialmente aquelas ligadas a outras formas de ver o mundo e não ligadas ao consumo.
Da mesma forma o natal em família é uma ocasião difícil de romper. Já sugeri outras formas de festas que não incluíssem esta pretensa comemoração do nascimento de um menino há dois mil anos atrás...que apesar da família católica, pouco ou nada tem a ver comigo e minha vida.
Além do mais as comidas de Natal, que nada tem a ver com nossas comidas do dia-a-dia e são quase todas importadas...
Já tentei, mas é difícil entre os meus uma comemoração de natal regada a vatapá, numa praia, sem presentes (nem pras crianças) e pensando em outras coisas que não sejam nossos mortos que não estão presentes naquele momento. É claro, pode ser toda a família junta, que até que é legal!
E o Natal é quase insubversível! Você já se imaginou querendo criar seu filho de outro jeito e dizendo: _ Tia, não vou a festa! Ou _ Não, filho, presentes não são importantes!, em frente à árvore cheia e às outras crianças presenteadas.

Pensando nisso melembrei das inúmeras crianças sem papai-noel. Como aquele menino que trabalha ao lado da exibição pirotécnica do Banco de Boston, na Avenida Paulista. Um teatro de bonecos não muito animados, com vozes daqueles disquinhos de história infantil. Todas as vezes que passei na frente vi pessoas hipnotizadas pela parafernália, que inclui até um cuspidor de neve de mentira, que o vento leva até o menino que está ali do lado trampando e deve saber, há muito tempo, que o papai noel dele é ele mesmo.

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