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Mostrando postagens de 2009

Um bonito número!

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O número dez quase sempre me cativou. O dez na prova. Os dez anos de idade, quando fazemos duas mãos cheias de dedos. A camisa dez. A tabuada do dez é a mais fácil. As dez da manhã é uma hora linda de acordar. A facilidade do dez virar centena e milhar. Todo dez é também uma forma de um, então: recomeçar! Então, para todos os queridos ouvintes e leitores, amigos e amigas próximos e distantes, amantes do passado e do futuro e também para os imaginários, para meus irmãos e irmãs, para meus alunos e meus professores, para meus pais, tios e avós vivos ou só na memória, para os bebês que nasceram e nascerão, para os meus amores, desejo um ano inesquecível e novinho em folha!

10 anos!

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Hoje é meu aniversário! E eu ganhei um presente lindo, notícias de uma árvore que eu não conhecia. Ela se chama açucarina e tem folhas brancas que ficam da cor dos seus desejos quando você as toca. Só se pode encontrá-la muito longe ou quando você dorme, no dia de seu aniversário, de um jeito que eu não vou contar. Eu tenho dois aniversários. Nesta noite, como há dez anos atrás, vou poder tentar de novo!

O abraço de amor, do Matisse

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Do Pasiphae Para algumas pessoas o abraço de amor tem apenas seis traços. Parece tão simples, e tão bonito, que dá até vontade de chorar.

A longa travessia ...

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Ontem acabei de ler o livro, depois de duas começadas e cinco anos. Chorei sozinha e baixinho, porque entrei madrugada adentro pra chegar até o fim do sertão. Acho que aprendi um pouco mais sobre o amor e hoje meu peito tá até doendo de saudades do Riobaldo. Aí embaixo uma foto do manuelzinho-da-croa, um passarinhozinho que é personagem. É aquele lá: lindo!’ Era o manuelzinho-da-croa, sempre em casal, indo por cima da areia lisa, eles altas perninhas vermelhas, esteiadas muito atrás traseiras, desempinadinhos, peitudos, escrupulosos catando suas coisinhas para comer alimentação. Machozinho e fêmea – às vezes davam beijos de biquinquim – a galinholagem deles. — ‘É preciso olhar para esses com um todo carinho...’ – o Reinaldo disse. Era. Mas o dito, assim, botava surpresa. E a macieza da voz, o bem-querer sem propósito, o caprichado ser – e tudo num homem d’armas, brabo bem jagunço – eu não entendia! (...) O Urucuia, perto da barra, também tem belas croas de areia, e ilhas que forma

Em Buenos Aires

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Nos hicimos mayores, esperando las flores del jacarandá

Coisas que não sabia sobre árvores.

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O que eu não sabia ...que a árvore do Klimt é bem maior, dá muito mais voltas. ...que está no paraíso e que quem comer do fruto dela, aquele dos olhinhos egípcios, terá a vida eterna. ...que a Eva, sabiamente, comeu outro fruto, o da árvore do conhecimento, e que por isso existimos. ... que nós, os humanos, também aparecemos no painel pelas figuras de nossos pais originais e que eles abraçados se preparam para a aventura de criar a humanidade. O que eu não sabia e aprendi ontem ... que as árvores tem bebês, sexo, pele e pensamentos. ... que elas dizem oi, eu te amo, obrigada e até breve, e que a gente pode aprender a entender arvorês. ... que elas ligam o centro da terra ao universo e tem com isso a facilidade de nos manter nos eixos. ... que existe e eu ganhei de presente um manual pra aprender isso. O que eu já sabia ... que em espanhol, a língua que mais gosto, a árvore ou el árbol está no masculino e é um homem.

Árvore da Vida, do Klimt

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Das ficções penduradas pelo meu quarto esta é a única que não fala diretamente do amor. Apesar de que todos estes caracóis e bolinhas coloridas como flores só me fazem pensar nele. Dá pra perceber também que esta árvore da vida ultrapassa as molduras que puseram pra ela, num corcovear infinito de vais e vens, quase mesmo que nem a vida. Alguns galhos desta árvore mítica produziram uns frutinhos, que parecem ter dois olhos egípcios, os quais eu não consigo interpretar. Sentado quietinho, de costas pra nós, está o urubu, ou o corvo, ou uma coruja, ou mesmo um assum preto. Ele, de vez em quando, se alimenta dos frutinhos com olhos egípcios. Neste dia morre um monte de gente. Depois parece que ele faz cocô e fertiliza o chão ali embaixo, e mais bolinhas coloridas vão crescendo como flores. Nesse dia nasce mais um monte de gente e os galhos da árvore se contorcem de alegria...

Picasso e o nu feminino

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Percebi quando ele acordou e se vestiu em silêncio. Não calçou os sapatos para não me despertar. Fingi que continuava dormindo e senti quando ele sentou em minha cama e titubeou por um tempo, entre sair para a vida na rua, no inverno gelado, ou permanecer na minha cama quente, no quarto que cheirava a flores vermelhas e brancas que ele me dera de presente. Nesta mesma hora, soube que ele voltaria. *mais uma da série "ficção nas paredes do meu quarto"

...

... raro mesmo é o encontro. Coisas que li por aí , depois de ouvir que meu coração brilha no escuro

Janela para o medo n.2

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Medo de trovão "Porque eu detesto gente gritona, agressiva e que assusta a gente no meio da noite"

Janela para o medo n.1

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Medo de infinito. "Porque o infinito é o mais longe que se pode ficar de alguém"

el guante blanco, J. Miró

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Na lua cheia ou na lua nova Ela, feito uma boneca de palito, fervia por dentro esperando a chegada de sua mão.

Lovers, do R. Magrite

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Soube desde que botei os olhos em você de que teria que te dar de olhos fechados. O pouquinho que eu abri, olha no que deu, me perdi nas suas profundezas. Devia de ter aberto menos...

O abraço, do P. Picasso

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Saí correndo de casa para ver se conseguia vê-lo. Na porta da fábrica, escutei a sirene das 18h ainda distante uma esquina do portão. De longe eu o ví, calça marrom e camisa, cabelo lavado de banho ou de suor, não importava. Corri levantando minha saia para que pudesse parar naquela esquina em que ele sempre me via. Ele veio com passos cansados e decididos, não disse nada. Passou seus braços pela minha cintura e deitou sua cabeça, encostando seus olhos nos meus. Só respirava meu alento. Sabia que aqueles encontros de todo dia eram só nossos. Escutei as casas ao redor fechando os olhos. Os outros desviavam do abraço indiferentes. Um pintor na esquina imaginava a cena.

Porque...

...em terra firme, também ocorrem muitos naufrágios...

Distância...

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Sabedoria Goethe, o Wolfgang

"Não importa como nos posicionemos, sempre nos imaginamos vendo. Acho que o ser humano sonha apenas para não parar de ver." Do diário de Ottilie em As Afinidades Eletivas

Sabedoria da Cecília, a Meireles

Já disse um poeta persa que, se não fosse o suspiro, a gente morreria sufocada...

Sabedoria Jimi, the Hendrix

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Hoje, essa música não me saiu da cabeça Manic depression is touching my soul I know what I want but I just dont know (...) You make love, you break love Its all the same... Ai, roquenroll...

No Pernambuco tem...arco-íris...

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..jangadeiros...

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...buteco pra proteger da chuva...

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...tem baobá...

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e mamulengo.

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Perto de muita água ...tudo é feliz.

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Atividades suspensas temporariamente Férias !!

Sabedoria Adélia Prado

CONFEITO "Quero comer bolo de noiva, puro açúcar, puro amor carnal disfarçado de corações e sininhos: um branco, outro cor-de-rosa, um branco, outro cor-de-rosa."

De pés

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Um pé com orientação Outro pé com asas protetoras

Lista de coisas elegantes

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*inspirado no filme do Peter Greenaway, nas garrafas de vinho e nas companhias de sábado a noite Flor de angélica Pés descalços Chuva de flores de ipê roxo Textura de tecido de algodão Chocolate derretido *para o Jims , que me inspirou a lista.

Lista de coisas irritantes

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...que são também deselegantes. Gente que abaixa demais o banco do ônibus... ou que não levanta pra você sair da janelinha. Fila de restaurante por quilo...

32 anos na praia.

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Tentativa de fotografar a lua vermelhinha com uma câmera ruim Comemorei o aniversário desse ano na beira mar, olhando para a África... Um dia quente, mas com pouco sol, pra deixar a gente à vontade na areia por horas e horas seguidas, estendidos em panos coloridos. Quando a tarde foi chegando ao fim estavamos parcialmente encobertos pela areia que ventava, o mar esteve nervoso durante o dia inteiro e agitou o vento. Parece que a as nuvens abriram um pouquinho no início da noite pra me mostrar a lua cheia vermelhinha que o céu me deu de presente.

Esperando pelo meu Ulisses.

"Há mulheres que querem que seu homem seja o Sol. O meu quero-o nuvem. Há mulheres que falam na voz de seu homem. O meu que seja calado e eu, nele, guarde meus silêncios. Para que ele seja minha voz quando Deus me pedir contas. No resto, quero que tenha medo e me deixe ser mulher, mesmo que nem sempre sua. Que ele seja homem em breves doses. Que exista em marés, no ciclo das águas e dos ventos. E, vez em quando, seja mulher, tanto quanto eu. As suas mãos eu as quero firmes quando me despir. Mas ainda mais quero que ele me saiba vestir. Como se eu mesma me vestisse e ele fosse a mão da minha vaidade." "A despedideira", do M. Couto

meu rei magro

Sua pele marrom parece da cor do manto que eu preciso meu vestido que busco em vão no cabide e não duvide: nada acho Embaixo, no térreo de mim onde mora meu ouro coração bate latejante meu amante escolhido de tanta amizade me invade namorado da estação Queria um retalho deste cetim só pra cobrir meu revés ah, cheirar à mirra e ir visitar meu magro mago rei E em vez de anfitriã ser romã da sua boca a teus pés. mais uma vez, a Lucinda

A morte da cachorra Baleia

"Baleia queria dormir, e acordaria num mundo cheio de preás"

Qual é o gosto do morango?

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Descreve pra mim, que gosto tem o morango? E a carambola? Tem coisas que não se descreve, só se saboreia.

Fado madrinha

Eu estava atravessando a Consolação, naquela faixa de pedestres que se atravessa em duas etapas, ou correndo pra não ser atropelada. Eu e mais centenas de estudantes. Eu ia atravessar a Consolação depois de dois abraços num homem, uma troca de email, um coraçãozinho disparado. Estava prestes a atravessar a Consolação quando chega um moço loiro com nariz de palhaço e boca com batom, me chamando de menina linda, se eu podia ajudar que ele era portador e estava vendendo uma revistinha. Desisti de atravessar a Consolação. Ofereci um cigarro e ele disse que tava tratando uma tuberculose. Ele me perguntou porque eu sorria tanto, se era sempre tão simpática e eu disse que acabara de me despedir deste homem e que estava encantada. Começamos a atravessar a Consolação, o sinal ficou verde, enquanto eu separava as moedas ele me desejou sorte com meu novo amor e disse que eu devia passar sombra violeta nos olhos, pois meu nariz era pequeno e ia ficar bonita.
O INTRUSO No meio da reunião seu pau emerge são por entre a lembrança e por entre minhas pernas Opiniões, discussões, anotações perguntas e vozes voam gaivotas em volta de ti, meu amor que invadiu sem cerimônia prédio, seus andares e salões Perguntam-me prata? preto? branco? ouro? Respondo touro, sim touro em mim a lembrança, o gosto e a reunião por um triz Ai Búfalo, Bis! * poesia apareceu pra mim quando abri o livro com saudades de um taurino
No último sábado eu fui em um batizado. A última cerimônia destas, que eu me lembro de ter ido, foi o meu próprio e do meu irmão. Da geração dos filhos da Saúde Pública, meus pais - ainda bem - optaram para que eu escolhesse minha religião, meus padrinhos e quem sabe, por Deus, ser agnóstica. O caso é que eu vim parar em um bairro circunvizinho a uma paróquia, e o meu orgulho de não ser batizada foi rapidamente substituido por um puro cagaço e um certo sentido de deslocamento. Aos sábados de manhã eu não tinha o que fazer, todas as crianças iam ao curso de primeira-comunhão; aos domingos, nas missas que eu fui, nem sabia direito o que fazer. Além do que as avós horrorizadas faziam um trabalho de base fortíssimo e eu sei rezar todas as rezas, sei fazer o nome do pai, tinha crucifixo e anjo da guarda na borda da cama. Não sei quem foi, mas me convenceram a ser batizada. Escolhi meus padrinhos, meus tios cariocas e ambos quase ateus, e fomos procurar uma igreja que n

Fechado pra balanço

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Hoje é o meu último dia de férias. Foi pouco, não deu nem pra distrair. Amanhã começo a planejar quatro cursos diferentes, para a mesma rotina de ping-pong entre itu e são paulo. Dá canseira de pensar. Mas eu não sou boa de não fazer nada. Fico meio perdida, igual hoje (e ontem)...Acabo fazendo coisas pouco produtivas como assistir TV, tirar uma musiquinha no violão, e...na hora que o sol baixa da linha do zóio, começar a beber... Balancete das férias: 1. Quatro dias na praia, um leve bronzeado e duas receitas novas de drinks 2. 26 dias em casa, 3 paqueras novos, um joelho machucado e o coração esfolado. 3. Uma epidemia de pulga, porque estou há 20 dias pra levar zizou no vet e fico com preguiça. 4. Três argentinos e um passeio até Jandira para conhecer a Comuna. 5. 1 aniversário que valeu por três, porque bebi muito. 6. Um hoje: dia dedicado ao balancete geral das férias, cálculo que pode obviamente ser acompanhado de uma cervejinha gelada.

"...seja feliz, adeus."

Da próxima vez, do homem que sair pela porta da minha casa, me despeço para sempre.

Deep en lo profundo

Necesitamos que algo nos inunde, nos traspase, nos rebase en miles de hebras de luz. Necesitamos saber cómo son las cortezas de los árboles por dentro. Necesitamos reírnos a carcajadas. Necesitamos cosas simples y complejas. Necesitamos todo. De Sofi "Bonbon" Arroñade, que de passagem pelo casulão me regaló seu livro de poesia.

Ela eu, ela ela ela, ela ela eu

Quando Zizou nasceu ela não tinha bolas. Pequenininha eu a vi, ainda sem estar certa de querer ter um gato, chamei-a por esse nome; ela parou de mamar e me olhou. Descobri que era o meu bicho. O nome vinha do jogador argelino, Zidane, um menino. O apelido, Zizou, podia servir para meninas, mas já predizia a confusão. Agora, com três meses, quase não restam dúvidas. Zizou é um menino: brinca de lutinha, gosta de morder, de azul e tem inegáveis bolinhas. Ainda que incerto seu real gênero, o nome Zizou continua servindo para os dois.