Toque me, sou tua!
Com os cabelos bem vermelhos e um brinco grande em forma de M foi que eu adivinhei sua história enquanto assistia a apresentação.
Madalena, chutei ser seu nome, tocava um piano autodidata, com os dedinhos encolhidos ela martelava as teclas enquanto sorria pra multidão que se aglomerava.
Martelava a velha canção sobre uma mulher galopeira, e subia as oitavas dedilhando em busca da nota certa.
De seu sorriso sensual, escondido atrás da velhinhice, imaginei-a rodeada de homens em uma casa de mulheres trabalhadoras.
Dava pra ver que Madalena era acostumada com o palco, talvez até tivesse nascido para ele, e que noite após noite ela tocara para embalar tantos galopes, em outras paragens.
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