Política das múltiplas paixões
Alerta: estou piegas! Acordei sábado no meio da noite, olhei pro meu lado e vi que estava completamente apaixonada. Perdida mesmo, fodida, amarrada, desesperada, ansiosa, feliz. Minha mente de fortes tendências objetivo-sintéticas tenta dar conta de entender o que se passa, de prever o que vai se passar comigo. Descobri que eu tenho medo mesmo é de odiar, e não de amar. No fundo é a mesma coisa, mas muito pior. Elaboro então estratégias, com a ajuda de meus amigos, das velas que acendo, dos livros de amor que eu leio. Estratégias pra não odiar, que tratem ao mesmo tempo de não me deixar viver seca como eu estava há um tempo, ou morrer afogada. A mais recente delas é a das múltiplas paixões, sentenciada sem querer por um amigo urbanista. Aproveitar essa coisa energética bem estranha que é a paixão e disseminar para todos os lados. Ou nadar, trabalhar, andar, estudar, ler, ouvir música, escrever, sonhar. O que nunca fazer com esta mesma energia: esperar um telefonema, comer, fumar, beber...