Por que eu saí do orkut?

Uma amiga foi a primeira a notar, outros amigos vieram na seqüência. Perguntaram o porquê.

Quem me conhece sabe, sou uma pessoa bem chegada a uma maneira de raciocinar próxima a chamada pelos incrédulos de “teoria da conspiração”. Outros mais atentos diriam que é “visão de futuro”, outros mais técnicos, “paranóia”. Eu digo, no mínimo, “desconfiança”.

Existe uma balbúrdia criada em cima desta “comunidade de relacionamentos” principalmente pela Folha que me incomoda. A impressão que me dá é que os jornalistas perdem todo aquele tempo de sobra fuçando em suas páginas no orkut cada um com seus 500 amigos e/ou fãs.

Nos últimos meses o orkut foi notícia de diversas formas. Até mesmo as mais ridículas, tipo “orkut fica fora do ar por quatro horas”, ou, “internautas reclamam do sumiço de comunidades”. É o tipo de pauta de quem está por dentro do negócio.

Fora isso, o inegável formato de páginas policiais. “Me diga”, sem nenhum sopapo, “do que você gosta e com quem você anda”. Ninguém é capaz de negar a incrível visibilidade que as vidas podem tomar na comunidade mundial que ganhou recente tradução para o português.

O que a gente duvida, ainda, é da repressão.

Até o momento alguns episódios envolvendo repressão ocorreram, e foram denunciados ou trazidos a publico pela mesma Folha. Uma delas apavorando um moleque dono da comunidade odeio pretos! Aplausos. Outro dia, porém, foi desvendada a quadrilha de moleques vendendo ecstasy, a comunidade viva crack e ou viva o pó. Crime: à princípio, apologia as drogas. Leizinha mais mal definida que pode até cair sobre aquele camelô vendendo a camiseta com o símbolo da adidas transformado na folhinha de cinco pontas. Tá bom, tinha até endereço de emeio para o envio por sedex dos comprimidos. Quem descobriu e denunciou?

Agora imaginem aquela comunidade dos sonhos, “cortemos a cabeça do mainardi”. Crime? Ameaça? Eu ainda não penso no horror, se tudo der errado mesmo...

Mas, o pior é tentar sair. Num surto eu me desconectei. Esqueci de tirar a fotos, as comunidades, os amigos, mudar pro Zimbábue e me chamar Zuleika. Meu nome e emeio continuam lá. E se procurar bem o nome e o emeio das pessoas que você convidou, mesmo as que não quiseram entrar por diversos motivos, também estão lá.

Ou seja, não tem como sair... Respondido?

Comentários

Anônimo disse…
Oi Cuca,
Eu saí tbm e estou super feliz. Parece que "encontrei Jesus e minha vida mudou pra melhor". Já estava com saudade de não ser "achado" pelos outros. Próximo passo: blog e celular. Assim volto ao meu medíocre e delicioso anonimato.
beijo
Chicote

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