Alguma coisa sobre os nós

No meio da mesa branca a mandala colorida, traçada com os pontos cardeais mais longínquos, aqueles que ninguém sabe bem o nome mas que todo mundo já esteve algum dia.

Na mandala, conchinhas que caem com as bocas dentadas pra cima e dizem, praquele pai, onde você mora, está, sente, fica, sofre e quer.

A sala branca desenhada tem cheiro doce, de perfume antigo, luz de vela colorida, ofertas mil de gente que busca aquela muitacoisa que nos falta. Um pouco pra todo mundo, sempre. Alguns mais outros menos, sempre também.

Eu não estou querendo nada, pai! Assim, digo, nada que seja uma coisa só.

Tento entender esta linhagem antiga que me fez ir ali, tento desfazer os nós da longa corda que carrego, corda carregada de pessoas mais velhas do que eu, talvez gente que eu nunca tenha conhecido. Estranha as heranças que não sabemos ter, mas que são tão vivas quanto a cor da pele depois de um furinho. Vaza então esta cor e todas as coisas que trago nem sei de onde.

Hoje está sentado na minha cabeça um deus velho que se chama Oxumarê. Estranho homem/mulher, arco-íris cobra-coral, bom mal, que gira suas vontades helicópteras em direção a mudança, insaciável sede de mudança. Deus que não é, mas está! Difícil companhia! Mas posso ter entendido alguma coisa.

Agora de dia escuto:
“Hoje a lua é uma canoa, amanhã é uma espada!”

Comentários

kellen disse…
Cuca, olha só a letra daquela música aqui: http://www.mpbnet.com.br/canto.brasileiro/carlos.careqa/letras/acho_agora.htm
Na verdade, essa é uma segunda versão, que junta a primeira e o "restante" da música, que chama "agora". Não achei a primeira versão inteira, mas essa tambem vale! Beijos, moça!
Bia disse…
Cuca,
Entre as 5a.s e 8as. eu ando preferindo os extremos...
5a. série é meio chatinho... As meninas são umas malinhas, os muleques uns tormentos...
Se bem que os meninos sempre são mais divertidos...

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